O Brasil colônia foi um período marcado pela escravidão, na qual os europeus inferiorizavam os negros devido sua cultura e etnia. Entretanto, esse fenômeno não se limita ao passado, tendo em vista que, na sociedade brasileira atual, ainda contemplamos resquícios desse acontecimento histórico. Nessa ótica, é crucial encontrar meios para inibir a desvalorização da herança africana no país.
De antemão, é indispensável pontuar a irresponsabilidade, por parte dos governantes, frente essa falta de visibilidade da cultura afro. Uma evidência disso pode ser a falha no processo de aplicação do ensino culturalístico nas escolas para desconstruir a estigma criada contra os afro-brasileiros. Constata-se, por conseguinte, a persistência do preconceito direcionado a estas pessoas, ocasionando na resistência dessa invisibilidade. Através do discurso de Nelson Mandela —"A educação é a arma que pode mudar o mundo"— definimos que sem a efetivação desta será impossível solucionar esse entrave.
Além disso, é imprescindível enfatizar a ausência de pensamento crítico por parte da população ante essa escassez de reconhecimento. Como resultado, verifica-se a apatia coletiva na luta por aplicação das normas jurídica que tem o intuito de preservar a integridade e dignidade de todos os cidadãos, independente de sua etnia. Por consequência, evidenciam-se inúmeros episódios de discriminação racial contra afro-brasileiros devido o descaso governamental e social em preservar o bem-estar e os direitos civis destes. Essa inércia de atitudes pode ser explicada por intermédio do conceito de "rebelião das massas", elaborado pelo filósofo Jose Ortega y Gasset, pois, consoante esse pensador, por conta da perda do senso de criticidade, o corpo social tende a se transformar em "homens-massa", apenas reproduzindo comportamentos hegemônicos.
Convém, portanto, ressaltar que essa desvalorização da herança africana deve ser superada. Logo, é necessário que o Ministério da Educação garanta a realização de disciplinas culturais nas instituições acadêmicas, mediante possibilitar livros escritos por autores negros para ensino pedagógico dos menores, objetivando reduzir, gradativamente, esse preconceito. Ademais, é fundamental que se estimule no tecido social, por meio de debates públicos coordenados por imprensas midiáticas, sobre a importância de reivindicar do Ministério dos Direitos Humanos a efetivação das cláusulas judiciárias, com finalidade combater o racismo recorrente na sociedade e assegurar as garantias constitucionais dos afro-brasileiros. Dessa maneira, essa desvalorização cultural poderia se resumir ao passado.