Há mais de 500 anos começou o tráfico de africanos para o Brasil colônia, para serem comercializados como escravos no país recém descoberto. Limitados pelo racismo e outros preconceitos, os povos africanos e seus descendentes tiveram seus direitos como cidadãos banalizados, dificultando sua inclusão social. Atualmente, ainda é visível os males da distinção racial sofrida pelos africanos no Brasil, tendo como uma de suas consequências o esquecimento da importância das heranças que esses povos agregaram ao nosso meio cultural, hoje admirado ao redor do mundo.
Sabendo disso, é fundamental destacar a escola como uma unidade com capacidade efetive de intervenção dessa problemática, haja vista que as questões tratadas nas unidades de ensino despertam a conscientização dos alunos. Entretanto, conhecimentos com o objetivo de celebrar a cultura afro-brasileira são deixados em segundo planos pelas escolas. Tal desinteresse por parte das instituições educacionais acarreta na ignorância e no preconceito por parte dos alunos, apresentando um desafio para a valorização cultural dos povos africanos dentro das escolas brasileiras.
Outro ponto que impede que a resolução desse problema seja alcançada é o histórico racista que o Brasil detém. A Lei Áurea foi proclamada quase quatro séculos após o início da escravidão no país. Mesmo a garantia de direitos na lei não garantiu os direitos básicos para os recém libertos, então a sociedade brasileira ainda mantém pensamentos racistas e xenofóbicos com os povos africanos e suas manifestações culturais, negando sua importância para a própria cultura brasileira.
Por fim, é essencial que as escolas planejem atividades, cursos e eventos com o intuito de destacar tal importância cultural desde cedo nos alunos, para que desenvolvam-se adultos menos preconceituosos e mais conhecedores da história afro-brasileira. O Estado também é um órgão fundamental para esse fim, pois na Constituição Federal de 1988 consta que todos têm a liberdade de expressar sua própria cultura. Com todos os seus direitos garantidos, a herança cultural africana na cultura do Brasil poderá ser valorizada e terá vencido todos os preconceitos que hoje impossibilitam o reconhecimento da sua importância.