A Constituição Federal de 1988 assegura a todos o direito à cultura e ao bem-estar social. No entanto, frente aos desafios para a valorização da herança africana no Brasil, percebe-se dificuldades na efetização dessa declaração. Nessa perspectiva, é necessário ações que combatam algumas das principais causas desse problema, como a mentalidade social e a priorização de interesses financeiros.

Dessa forma, primeiramente, o pensamento de elitização é fator agravante da situação. Chimamanda Adichie aponta: "A cultura não faz as pessoas, as pessoas fazem a cultura". Essa afirmação reflete o dever pessoal de cada indivíduo no combate à discriminação cultural. Dessa maneira, sem tal esforço, pode-se ocorrer o silenciamento do assunto, levando ainda à possível desvalorização de etnias por certos grupos.

Em paralelo, a exagerada busca lucrativa do Governo piora a situação. Segundo o pensador Zygmunt Bauman, "os valores da sociedade estão sendo colonizados pela lógica de mercado". De fato, nota-se uma atenção estatal muito mais expressiva em relação a interesses financeiros do que à cultura e legado histórico. Por consequência há a carência de políticas públicas que valorizam a herança africana, o que desencadeia a falta de representatividade.

Portanto, é evidente a necessidade de intervenções que combatam para a melhora da problemática. Para isso, a mídia de massa deve criar programas de conscientização, por meio de entrevistas com especialistas no assunto, a fim de combater a mentalidade social de elitização. Tal ação, pode ainda, ser divulgada em grandes perfis de redes sociais para alcançar mais pessoas. Além disso, o Poder Público deve se posicionar sobre os valores da sociedade. Assim, com a tomada dessas medidas, espera-se aperfeiçoar questões históricas e culturais, como defendeu Adichie.