Na obra “Utopia”, do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto, o que se observa na realidade contemporânea brasileira é o oposto do que o autor prega, uma vez que inúmeros desafios e preconceito ainda são fortemente presentes no ambiente social, por exemplo, os ligados à luta para a valorização da herança africana no país. Desse forma, tal infortúnio é evidenciado tanto pelo forte legado racista, deixado pelas antigas gerações durante toda a história nacional, como também devido à falta de discussões e dantes acerca deste assunto.
Em primeiro lugar, é fundamental pontuar que esse legado racista deriva-se principalmente da herança preconceituosa, passada de linhagem para linhagem entre os membros de uma família, nos mais simples atos, como piadas, músicas, superstições, contribuindo para a “normalidade” desta situação. Além disso, fatores como a carência educacional em relação aos mecanismos de aprendizado, são juntamente, razões para a origem desta problemática. Diante disso, conforme já expressava o ativista e político Nelson Mandela, “A educação é a mais poderosa arma que se pode usar para mudar o mundo”. Logo, a ideia de que sem a utilização deste elemento não será possível atingir uma comunidade mais respeitosa e humana, é reforçada.
Ademais, é crucial ressaltar que a falta de debates e argumentações sobre essa desvalorização da cultura africana estão diretamente conectadas à negligência governamental frequente na nação brasileira, que gera consequências como o provável desvio de recursos originalmente destinados à palestras e reuniões públicas sobre esse tópico. Nesse sentido, a série “Chernobyl”, explora o cenário do trágico acidente nuclear ocorrido na União Soviética pela falta de transparência e pela má gestão dos setores políticos, evidenciando como essa negligência por parte do Governo pode resultar em catástrofes de enormes proporções. Assim, somente com a reformulação da postura estatal será efetuado um amplo aumento da circulação de informações no Brasil.
Em suma, é imprescindível que ações concretas e eficazes sejam tomadas de forma imediata para a realização de mudanças significativas e duradouras na sociedade, e portanto, consequentemente solucionar esse obstáculo. Dessa maneira, o Governo, por meio do Poder Executivo, que tem a responsabilidade de executar e aprovar as leis do Legislativo, deve iniciar a criação de campanhas de conscientização, através de estratégias de comunicação eficientes, veiculadas à mídia. Nessa perspectiva, será possível a construção de um conjunto social mais informado, consciente, e pacífico para a posterior obtenção de uma população caracterizada pela presença do mínimo: livre arbítrio.