Na obra "Utopia" do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita no qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. No entanto o que se observa na realidade contemporânea é o oposto do que o autor prega, uma vez que os desafios para a valorização da herança africana no Brasil se tornou um tema pouco discutido, assim construindo barreiras para a concretização do que o autor prega.
Precipuamente, é importante destacar que os desafios para a valorização dessa cultura vem de anos antes, quando os povos africanos vieram para o país à força, tendo seus costumes e tradições apagados por seus colonizadores. O apagamento dessa cultura se vê ainda nos dias de hoje com a falta de informações dadas em ambientes educacionais, com tradições e elementos culturais sendo reduzidas à míseras histórias sem o aprofundamento das suas raízes. Esse fato ocorre também através das mídias sociais, com postagens a fim de banalizar e criar piadas com seus costumes e vestimentas tradicionais.
Assim, torna-se fundamental a discussão desses aspectos. O apagamento da cultura dos povos africanos traz consigo o aumento da desigualdade e da exclusão social, tendo em vista que cerca de mais de 60% de pessoas pretas residem em áreas marginalizadas com escassez de recursos e educação. A falta de oportunidades referentes à empregos que fazem referência à práticas ancestrais da cultura africana como áreas de estética e culinária são desvalorizadas e pouco requisitadas no mercado.
Portanto, a fim da valorização da herança africana no Brasil ser obtida, é necessário que setores governamentais tomem ações para que seja compartilhado o conhecimento histórico das tradições e práticas, através de campanhas conscientizadoras e eventos públicos para que qualquer cidadão possa ter contato com a história. Só assim, poderemos como sociedade, alcançar a utopia de More.