Os desafios dos jovens frente às profissões do futuro

Com os avanços tecnológicos cada vez mais acelerados, o mercado de trabalho passa por intensas transformações, exigindo da juventude não apenas adaptação, mas também constante atualização. A chamada “Quarta Revolução Industrial”, marcada pelo uso da inteligência artificial, da automação e da análise de dados, modifica a dinâmica das relações profissionais e levanta questões sobre a empregabilidade. Nesse cenário, os jovens brasileiros enfrentam grandes desafios ao conciliar formação acadêmica, inserção no mercado e incertezas sobre as profissões do futuro.

O filósofo Zygmunt Bauman, ao discutir a “modernidade líquida”, afirma que vivemos em um mundo caracterizado pela instabilidade e pela fluidez. Essa ideia se aplica diretamente ao contexto profissional, no qual cargos e habilidades deixam de ser estáveis para se tornarem transitórios. O jovem, que antes poderia planejar uma carreira linear, hoje precisa estar preparado para reinventar-se constantemente. Projeções do Fórum Econômico Mundial indicam que cerca de 85 milhões de empregos poderão ser substituídos pela automação até 2025, ao mesmo tempo em que 97 milhões de novas funções deverão surgir. Isso demonstra que a juventude deve não apenas competir por vagas, mas também aprender a criar oportunidades em áreas emergentes.

No campo cultural, é possível relacionar essa realidade ao filme O Jogo da Imitação, que retrata a vida do matemático Alan Turing. Mesmo genial, ele enfrentou obstáculos sociais e institucionais para ter seu trabalho reconhecido. De forma análoga, os jovens contemporâneos, mesmo talentosos, precisam enfrentar barreiras estruturais, como a defasagem da educação brasileira — já que, segundo o IBGE, apenas 23% dos jovens concluem o ensino médio com aprendizado adequado em matemática. Esse dado mostra a lacuna entre a formação recebida e as exigências de um mercado tecnológico e altamente competitivo.

Além disso, a pressão psicológica também se torna um desafio. A juventude convive com a insegurança de empregos instáveis e com a necessidade de constante atualização. Essa realidade contribui para o crescimento de problemas como ansiedade e depressão, fenômeno já destacado pela Organização Mundial da Saúde, que aponta o Brasil como o país com a maior taxa de transtornos de ansiedade no mundo.

Portanto, os desafios das profissões do futuro ultrapassam a mera questão da formação técnica: tratam-se também de preparar emocionalmente e estruturalmente a juventude para um mundo em constante mudança. Para isso, o Estado deve ampliar políticas públicas educacionais , por meio da inserção de disciplinas de tecnologia, pensamento crítico e inteligência emocional nos currículos escolares , a fim de reduzir a defasagem educacional e preparar os jovens para os empregos emergentes Além disso, as escolas e universidades precisam oferecer oficinas de empreendedorismo, inovação e capacitação digital , utilizando parcerias com empresas de tecnologia e programas de estágio com o objetivo de aproximar os estudantes das demandas reais do mercado . Por fim, o Ministério da Saúde deve implantar programas de apoio psicológico gratuitos , realizados por meio de atendimentos presenciais e plataformas digitais , para reduzir os impactos da ansiedade e promover o bem-estar mental da juventude . Dessa forma, será possível não apenas preparar os jovens para lidar com as transformações do mercado de trabalho, mas também garantir que eles se tornem protagonistas de um futuro mais inovador, inclusivo e humano.

Como posso melhorar a competência 1