Como afirma Sueli Carneiro, o primeiro passo para solucionar um problema é reconhecê-lo e nomeá-lo com precisão. Entretanto, essa reflexão ainda é negligênciada quando se trata do impacto das mudanças climáticas na sociedade brasileira, frequentemente relegadas a segundo plano. O despejo de substâncias tóxicas em rios e o descarte inadequado de lixo evidenciam a gravidade desse cenário, agravado pela omissão governamental e pela influência midiática.
Sob esse viés, a inércia estatal amplia os danos ambientais que afetam a população. A Constituição Federal, em seu artigo 1º, inciso III, estabelece a dignidade da pessoa humana como fundamento do Estado. Contudo, doenças provocadas pela poluição industrial mostram a urgência de uma atuação efetiva do poder público para proteger sobretudo os mais vulneráveis.
Ademais, a mídia, ao omitir-se diante do descarte irregular de resíduos, contribui para perpetuar o problema. Como lembra Chimamanda Ngozi Adichie, a mudança do status quo é sempre penosa, o que explica a escassez de campanhas educativas voltadas à redução dos impactos climáticos — especialmente os relacionados ao lixo —, prejudicando o bem-estar coletivo.
Portanto, o Ministério do Meio Ambiente deve implementar políticas públicas, baseadas em pesquisas comunitárias, que revertam a má gestão ambiental. Tais medidas devem ser divulgadas em campanhas educativas, em parceria com emissoras de televisão e escolas, a fim de conscientizar a sociedade. Dessa forma, será possível alcançar o reconhecimento e a valorização mencionados por Sueli Carneiro.