A novela "Fina Estampa", produzida pela Globo, aborda o cotidiano da personagem Griselda, contestando os padrões da sociedade, sendo uma mulher idosa que não se limita aos estereótipos e se valoriza ativamente. Fora das telas, esse símbolo de liberdade é limitado, tendo em vista que o debate sobre as perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira introduz a consolidação de preconceitos. Desse modo, é fundamental analisar dois discursos sobre esse quadro: a legitimação de conceitos danosos e a exclusão em nichos econômicos.
Sobre esse prisma, é essencial diálogo a respeito da legitimação de narrativas desfavoráveis. Nesse sentido, conforme o sociólogo Pierre Bourdieu, que nomeia a "violência simbólica" como afirmativas que intensificam práticas prejudiciais no corpo social. Semelhantemente, esse termo se aplica na realidade nacional, dado que as condições de envelhecimento são marginalizadas e estereotipadas, como a falsa e utilidade do idoso. Em consequência disso, ocorrem danos psicológicos a essa parcela da sociedade, por exemplo o sentimento de insegurança e o deslocamento social. Dessa forma comprova-se que os discursos padronizados atingem de maneira nociva os idosos, e o discurso da condição do envelhecimento no Brasil.
Ademais, é de suma importância o debate a respeito da exclusão em nichos econômicos. Nessa perspectiva, de acordo com o sociólogo Karl Marx, a sociedade capitalista visa o lucro sobre o bem coletivo. De maneira análoga, esse pensamento é nítido na realidade brasileira, uma vez que o mercado econômico ao idoso é limitado e padronizado, não atendendo suas demandas enquanto indivíduos com desejos, metas e sonhos, e assim há o rótulo da potencialidade a doenças e a um estado de fragilidade. Em decorrência disso, acontece a naturalização de estigmas sociais, em detrimento de um mercado tendencioso e lucrativo. Dessa maneira, é necessário que esse cenário nocivo seja revertido para a melhora do país
Portanto, é fulcral que existam medidas para minimizar esse contexto. Sob esse viés, cabe ao Ministério da Cultura - órgão responsável por promover o acesso à cultura de forma coerente e justa- elaborar projetos com apoio das mídias, por meio de relatos dos idosos e análise do impacto do meio familiar, para a produção de filmes e documentários sobre a condição do idoso no Brasil, a fim de sensibilizar e pôr dúvidas quanto aos hábitos praticados pelos telespectadores. Assim, a realidade brasileira terá estigmas minimizados e a perspectiva do envelhecimento será analisada de maneira sensível e respeitosa, assim teremos mais idosos com autoestima, assim como Griselda em "Fina Estampa".