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Por BiahNalio
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#121006
É de comum acordo entre a sociedade que viver é preciso, entretanto o que mais vem crescendo a cada dia são pessoas mortas de alma. São zumbis sociais que tiveram a desventura de encarar situações doídas estando inclusos em uma conjuntura social compulsiva pela felicidade, não estar bem é inaceitável e falar sobre isso beira o ultraje. E nos últimos anos esse panorama tem se agravado rapidamente com as mídias sociais promovendo uma felicidade infinita e mostrando o que acontece com que expõem suas dores: o julgamento e um estigma atroz de drama e carência.

A cada dia que se passa, milhões de pessoas corrompidas psicologicamente pelo vício em felicidade, que barra automaticamente toda e qualquer possibilidade de sentir tristeza, veem-se obrigadas a busca por ajudas externas quando apenas a mente não é capaz de tal barragem. Álcool, drogas e sexo costumam ser os primeiros a acolher os desesperados emocionais que estão presos nas próprias mentes por não se permitirem entristecer e muitos menos falar sobre tamanha angústia e a mídia tem papel significativo nessa degeneração sentimental, visto que, ao contrário do que se esperava, o cenário mundial só piorou. Com os episódios de suicídio crescendo a cada instante e ocorrendo inclusive com pessoas famosas, criou-se um mito de empatia, onde se acreditava que a mídia e principalmente a internet, seriam capazes de difundir a normalização tristeza e que criar um mês apenas para falar da permissão à tristeza solucionariam um problema de décadas, o que foi uma completa ilusão.

Para exemplos, podemos citar Kurt Cobain, Marilyn Monroe e Robin Willians. O que os três tem em comum, além da fama? O último segundo de suas vidas, tiradas pelas próprias mãos. A necessidade sufocante de sempre estar bem e com um sorriso no rosto para não levantar suspeitas sobre a verdade os matou por dentro mesmo em tão diferentes épocas e mata milhões de pessoas até hoje. As pessoas desenvolveram medo de sentir tristeza e sofrimento e paralisam quando não conseguem escapar dela, o que comprova que vício do riso, além dos pontos já citados, lesa até mesmo a capacidade de reflexão e autocontrole perante uma dor que, apesar de inevitável, não tem a permissão de existir.

Com isso, se conclui que, a contra ponto do esperado, a humanidade não acompanhou com si, internamente, a evolução externa das tecnologias. Ao decorrer de décadas, os ditos como gênios da humanidade são os que preferiram encarar a complexidade de uma máquina à própria complexidade humana. E em um movimento de manada, decidiu-se o papel do ser humano atualmente na sociedade. Se colocando como um cego para si, um surdo para os outros e um mudo para o mundo. "Estar bem, sem importar quem", a frase não dita do século.
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