O filosofo Raimundo de Teixeira, em 1889, adaptou o tema “Ordem e Progresso” não só para a Bandeira Nacional Brasileira, mas também para a nação que, atualmente, enfrenta inúmeros empecilhos para o seu desenvolvimento. Lamentável, entre eles, destaca-se o saneamento básico, problema recorrente na sociedade brasileira. Essa realidade se deve, principalmente, à inoperância estatal e à alienação social.
Sob esse viés, é notório que a negligência do Poder Político é um grave problema. Nessa perspectiva, Otto Von Bismarck, em 1880, afirmou que o Estado deve garantir o bem-estar social da população. No entanto, na medida em que existem pessoas vivendo, no Brasil, em situações sem o mínimo de direitos sociais afetivos, como o acesso à tratamento de água, a falta de tratamento de lixo e esgoto, há uma falha grotesca da função do Estado com o ideal de Otto. Por consequência disso, quase 35% milhões de pessoas no Brasil vivem sem água tratada e cerca de 100 milhões não tem acesso a coleta de esgoto, vivem a margem da sociedade, uma vez que não existem políticas públicas eficazes, como preservação de rios e mananciais. Desse modo, é inadiável que o bem-estar social seja alcançado, a partir de medidas governamentais.
Além disso, uma grande parcela da população se mostra alienada. O intitulado “Paradoxo da Moral” é um livro escrito pelo Vladimir Jankélévitch para exemplificar a cegueira ética do homem moderno, ou seja, a passividade das pessoas frente aos impasses enfrentados pelo próximo. De maneira análoga, percebe-se que o saneamento básico no Brasil encontra um forte alicerce na estagnação social. Essa situação ocorre porque, infelizmente, a sociedade não se movimenta em prol da erradicação da problemática, pelo contrário, ela adquiri uma posição individualista, por não mensurar as consequências que doenças com incidências devido à exposição à ambientes sem saneamento trás consigo, como, cólera, leptospirose, esquistossomose. Logo, torna-se essencial superar esses preceitos que atestam, sobretudo, uma desigualdade no acesso ao reconhecimento como direito básico aumente a responsabilidade do executivo em garantir água tratada e esgoto para toda a população.
Portanto, é necessário que haja uma intervenção diante desse cenário. Destarte, o Governo Federal, responsável por admirar o povo e os interesses públicos, com o apoio do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, por meio de verbas governamentais destinadas à pasta, deve universalizar o abastecimento da água e atender a população com redes de esgoto. Essa ação será realizada com intuito de promover a erradicação do Saneamento não-básico, para que a sociedade não naturalize a alienação que premeia. Dessa maneira, o Brasil se tornará a nação da ordem e Progresso, como proferiu Raimundo Teixeira Mendes.