De acordo com o filósofo Nick Couldry, existem inúmeras vozes que, por serem minorias acabam sendo postas a inexistência. Nessa perspectiva, o pensamento de Couldry está intimamente relacionado a realidade da sociedade africana que, enfrentam desafios para a valorização de sua herança no Brasil. Dessa forma, é crucial notabilizar os dois principais impasses a sustentação dessa problemática: o preconceito social e a falha legislativa do poder público.

Diante desse cenário, a discriminação social é um impasse a valorização da cultura africana no cenário brasileiro. Nesse viés, sob a ótica do sociólogo brasileiro Betinho, o desenvolvimento humano só será efetivado quando a sociedade civil seguir alguns princípios no Brasil como, solidariedade e diversidade. No entanto, o preconceito social acerca da herança tradicional africana gera barreiras para a concretização desses objetivos, uma vez que a constante visão estereotipada, sobre o legado histórico africano, originado como herança ao Brasil contemporâneo, é visto como inferior aos saberes e costumes de outras culturas, como a Europeia. Isso, com efeito, potencializa a desvalorização da herança cultural africana. Logo, é urgente ações de notoriedade que viabilizem os conhecimentos e tradições vindos de origem africana.

Ademais, a falta de políticas públicas corrobora a desvalorização da problemática. Nesse sentido, conforme a Constituição Federal de 1988, a cultura é um direito intrínseco a todos os cidadãos. Todavia, tal norma não se estende no cenário da valorização da herança africana no contexto brasileiro atual, visto que as autoridades são omissas ao não investirem, efetivamente, em projetos que visem representar e valorizar a ancestralidade cultural africana a sociedade vigente e a importância dela para a construção da etimologia brasileira. Em consequência disso, a difusão de conhecimentos do processo histórico brasileiro, exemplificando, a influência da cultura africana para a evolução histórica do Brasil. Desse modo, a negligência dos órgãos públicos impede o progresso da preservação da herança do povo africano e potencializa a falta de valorização.

Infere-se, portanto, que o Governo — responsável por garantir os direitos e liberdades individuais — invista em projetos ao nível nacional que enfrentem a desvalorização da herança africana, por intermédio da reorganização das diretrizes orçamentárias voltadas aos setores como, o Ministério da Cidadania e o dos Direitos Humanos, órgãos participatorios do projeto de garantia e preservação cultural do povo africano, com intuito de solucionar o preconceito social na questão e assegurar o direito a cultura e, com isso, valorizar a cultura africana na nação verde-amarela.