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Por edsonsjr
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#116335
A violência contra a mulher não é um problema que emerge na pandemia. Na verdade, é um
antigo problema no Brasil e no mundo. A título de ilustração, segundo a Organização das Nações
Unidas, só no ano de 2019, 17,8% das mulheres, em todo o mundo, sofreram violência física ou
sexual. Ou seja, aproximadamente 1 em cada 5 mulheres foi violentada por alguém do seu
vínculo afetivo só no ano passado. Em paralelo, no Brasil, no ano de 2018, mais de 500 mulheres
foram agredidas por hora, sendo que 76% dos agressores eram conhecidos da vítima, podendo
ser um companheiro, ex-companheiro ou vizinho. Dentre as múltiplas manifestações que a
violência contra a mulher pode tomar, certamente a violência doméstica é uma de suas facetas
mais cruéis e mais presentes na vida social.
Com a adoção das medidas de distanciamento social, preconizadas pela Organização Mundial da
Saúde, temos as mulheres sendo obrigadas a conviverem com seus agressores 24 horas por dia,
7 dias na semana. E sim, estar em casa com seu companheiro pode ser o local mais perigoso
para uma mulher. Desta maneira, intuitivamente, já se esperava aumento de casos de violência
doméstica, porque o isolamento leva ao aumento do tempo de exposição da mulher com seu
agressor.
Disso, decorrem pelo menos duas implicações que nos ajudam a entender a situação: uma delas
é o aumento da tensão e do estresse, que pode levar as pessoas a ficarem mais irritadas e
agressivas. Por exemplo, em estudo feito pela UERJ mostra que os casos de estresse cresceram
80% desde o início da pandemia. Com o aumento do estresse, situações de violência dentro do
lar passam a ser mais frequentes ou acontecem pela primeira vez. Além da saúde emocional,
fatores econômicos são também fundamentais para compreendermos o crescimento da violência
doméstica no Brasil.
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