Na música de Elza Soares, a cantora diz que “a carne mais barata do mercado é a carne negra”, o que expõe o quão desvalorizada é a população e as tradições de origem africana no Brasil. Dos agravantes dessa situação, podem se levar em conta o racismo estrutural e a baixa visibilidade das tradições e cultura afro-brasileira.
Mesmo que segundo o IBGE quase metade da população seja parda ou negra, problemas com o racismo ainda são alarmantemente recorrentes. Isso pode ser um reflexo do racismo estrutural, que reverbera há muito tempo, até mesmo, antes da assinatura da Lei Áurea. Racismo esse que se faz presente principalmente na criação dos cidadãos, bem como na própria cultura a eles apresentada, de modo que se mostra estar enraizado na sociedade.
Tendo em vista que a tecnologia move o mundo (Jobs, S.), é através dela que as diferentes culturas devem ser expostas, de modo a trazer visibilidade e representatividade a todas. Infelizmente na prática não existe essa igualdade de exposição entre culturas, o que leva à população a interpretar algumas delas de forma a criar “pré conceitos” sobre as mesmas. Essas diferentes visões, muitas vezes inadequadas, sobre as culturas acabam por minimizar ainda mais a bagagem sócio-cultural e sua significância para a sociedade, pois seus reais valores e costumes podem estar sendo confundidos.
Levando em consideração os argumentos supracitados, bem como que a educação é a arma mais forte para mudar o mundo (Mandela, N.), torna-se responsabilidade do Ministério da Educação e também dos veículos midiáticos trazer visibilidade, informação e representatividade para a vida, principalmente de crianças e adolescentes. Mas não somente. Também para o resto da população, através de palestras, campanhas de conscientização e principalmente apresentação e inserção da cultura afro-brasileira no cotidiano. Só assim o Brasil se tornará um país justo para todas as culturas.