O filósofo Thomas More, em sua obra "Utopia", apresenta uma sociedade perfeita, caracterizada pela ausência de mazelas sociais. No entanto, ao se analisar a conjuntura brasileira, vê-se uma oposição ao texto sobredito, já que a falta de acesso à educação pública de qualidade afeta a sociedade brasileira. Diante disso, têm-se um problema formentado pela precariedade escolar e desigualdade regional.
Primeiramente, constata-se a banalização da sociedade como uma das causas da fragilidade educacional no País. Nesse contexto, a filósofa Hannah Arendt criou a expressão "Banalidade do mal", a qual diz respeito de que as pessoas estão normalizando os problemas sociais, de modo à torná-los banais. Nessa ótica, tal teoria é constatada no contexto brasileiro, uma vez que parte da população naturaliza a baixa qualidade do ensino público, o que acarreta a desigualdade social.
Ademais, a carência de discussões acerca da discrepância regional é uma das motivadoras do impasse. Nesse sentido, segundo o sociólogo Karl Marx, em sua teoria do "Silenciamento dos Discursos", alguns temas são omitidos na sociedade a fim de se ocultar as mazelas sociais. Sob essa perspectiva, na sociedade brasileira contemporânea, a visão do autor aplica-se quanto as disparidades educacionais entre regiões, já que o assunto é pouco debatido na mídia, o que acarreta o agravamento das diferenças sociais entre estados. Desse modo, devido a ausência de visibilidade dada a questão, a problemática se mantém no Brasil.
Portanto, é primordial realizar ações para conter o cenário educacional fragilizado no Brasil. Para tanto, o Governo Federal, encarregado de preservar a ordem social, por meio do Ministério da Educação, deve exercer investimentos em escolas públicas com um ensino inferior, a fim de promover a equidade no aprendizado e a coesão social. Feito isso, a realidade congruirá com a obra de More.