Na canção "Principia", o cantor Emicida se pergunta porque o Brasil é tão amargo, se é a "casa da cana-de-açúcar". Essa antítese é evidenciada ao se observar a desvalorização da herança africana no Brasil. Nesse sentido, a indulgência governamental, bem como o racismo, sustentam esse quadro amargo.
De início, é imprescindível ressaltar a da falta de assistência do Poder Público como fator agravante da desvalorização da cultura afro. A Constituição de 1988 assegura a todos os indivíduos o acesso à educação como direito fundamental. Contudo, nota-se que, na realidade brasileira atual, essa garantia não é cumprida ao se observar que muitas escolas resumem a história dos afrodescendentes apenas ao período escravocrata, deixando de lado toda a cultura, crenças, tradições e grandes celebridades negras. As crianças negras não têm noção de quanto a sua pele, cabelo e sorriso representam uma grande história.
Nesse contexto perverso, é imperativo ressaltar o racismo como promotor do problema. Segundo Barack Obama, ex-presidente dos Estados Unidos, "Todos somos iguais e temos direito a perseguir nossa própria versão da felicidade". Entretanto, as pessoas negras não têm valorização da cultura, pelo contrário, a cultura afro-brasileira sofre muitos ataques preconceituosos e racistas.
Portanto, cabe ao Poder Executivo Federal, juntamente com a Secretaria de Educação — cuja principal função é garantir educação para todos os indivíduos — implementar os estudos de culturas nos planos de ensino por meio de palestras, aulas e apresentações artísticas nas escolas. Tal ação tem o objetivo de valorizar culturas "invisíveis" para enriquecer o ensino e brasileiro. A fim de uma sociedade mais igualitária.