Tradições virginais

A partir de 1960, com a propagação da pílula anticoncepcional no ocidente, as mulheres passaram a antecipar a vida sexual. Com isso, tabus referentes à virgindade - mulheres que transavam antes do casamento eram rotuladas como fáceis e sem valor - vêm diminuindo através das décadas. Exemplo contemporâneo surge da catarinense Catarina Migliorini, que por R$ 1,5 milhão leiloou a primeira noite pela internet, num reality show que traduz a nova face de comunicação social.

As regras de comportamento sexual são determinadas pelas sociedades e seu conjunto de valores, interesses e tradições. Na China, as mulheres consideram aceitável manter relações com um homem simplesmente pelo prazer. Na Arábia Saudita a virgindade das noivas é uma exigência fervorosa, tendo casos de apedrejamento quando rompem o costume.

A atitude de Catarina mostra um paralelo entre conservadores e liberais. Por um lado há manifestações de que a virgindade é inerente a cada mulher, cuja decisão cabe ao seu livre arbítrio definir de qual maneira perdê-la. Além disso, o dinheiro a ganhar desperta a cobiça de não entregá-la de graça, a qual seria ofertada, quando muito, ao namorado. Por certo, o respeito é conquistado de várias outras formas e não com privação sexual, numa época em que a prioridade das pessoas não é o casamento.

Por outro, o cristianismo encara a concepção sexual como um acontecimento que deva ocorrer após o casamento. Pautado nos preceitos bíblicos, ensina aos fiéis a importância da pureza levada ao matrimônio. Atitudes como a do jogador do Real Madrid, “Kaká” e sua esposa, que casaram virgens por questões religiosas terão sempre que ser acatadas.

Respeitar as diferenças e conviver com a pluralidade de ideias é dever de todos. Portanto, se por um lado há correntes que valorizam a abstenção sexual antes do casamento, por outro há comportamentos individuais que não ferem as pessoas, como a guerra, a violência, as armas, a droga e é imprescindível ao crescimento democrático.